Histórias, Registros e Escritos - Contos da Quebrada Vol. 1

O autor baiano Paulo Brazil prepara o lançamento de seu primeiro livro, a obra Histórias, Registros e Escritos, reunindo contos sobre o cotidiano nas periferias da primeira capital do Brasil. A editoração é da Dando a Letra, selo que recentemente publicou o livro Assim Que É - A História do RZO, e o novo projeto ganha as ruas em agosto desse ano.

As narrativas dos contos criam um universo de pessoas e acontecimentos ambientados em Salvador - BA. No enredo, estórias sobre as ruas, guetos, várzeas, estádios e shows na capital baiana, mostrando seus habitantes e cenários para além dos cartões postais. A obra é inspirada em acontecimentos da vida de Paulo, ora romantizados em ficção e ora transcritos diretamente da memória do escritor. Esse misto de explanação ajuda a contextualizar o título do projeto: Histórias, Registros e Escritos, todavia, a inspiração para o nome do livro vem da entidade máxima do rap nacional, o Racionais MC's e sua clássica música “Negro Drama”, onde Edi Rock canta: “Recebe o mérito a farda que pratica o mal / me ver pobre, preso ou morto já é cultural / histórias, registros e escritos / não é conto nem fábula, lenda ou mito”, o trecho resume bem a essência das histórias do livro que dialogam diretamente com as vivências de qualquer morador de periferia pelo Brasil afora, o que se conecta com outro clássico do rap brasileiro, a emblemática frase do poeta GOG: “Periferia é periferia em qualquer lugar”. A ideia do autor, e da editora, é atrair novos leitores ou reaproximar aqueles que se afastaram da literatura oferecendo um produto de fácil assimilação e leitura rápida com o formato “pocket”, onde o leitor pode levar o livro consigo em suas jornadas diárias pelos metrôs e ônibus dos centros urbanos, colocando esse universo periférico seu bolso.

Histórias, Registros e Escritos é o primeiro volume da coleção Contos da Quebrada, em que a Editora Dando a Letra aposta na fusão da literatura marginal com a literatura Hip Hop e apresenta vivências compartilhadas em obras que entretêm e ao mesmo tempo denunciam e protestam contra as agressões do estado, excessos policiais e qualquer autoritarismo e a violência que permeia sempre os mais pobres.